A capacidade de financiamento da economia situou-se em 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano terminado no 1º trimestre de 2017, 0,1 pontos percentuais (p.p.) superior à observada no trimestre anterior.
Esta evolução traduziu comportamentos distintos dos setores institucionais residentes. Registaram-se melhorias no setor das Administrações Públicas (AP), cuja necessidade de financiamento diminuiu 0,3 p.p., passando de 2,0% do PIB no ano acabado no 4º trimestre de 2016 para 1,7%, e no setor das sociedades não financeiras, cuja capacidade de financiamento aumentou 0,2 p.p., para 0,6% do PIB. O saldo correspondente às sociedades financeiras estabilizou em 2,2% do PIB. A capacidade de financiamento das famílias diminuiu 0,3 p.p., para 0,5% do PIB no 1º trimestre de 2017. Esta redução refletiu a evolução da taxa de poupança das Famílias que se fixou em 3,8%, menos 0,5 p.p. que no trimestre precedente, em resultado do crescimento mais elevado da despesa de consumo final comparativamente com o do rendimento disponível (1,0% e 0,5%, respetivamente).
Tomando como referência valores trimestrais, e não o ano acabado no trimestre, o saldo das AP situou-se em cerca de -965,6 milhões de euros no 1º trimestre de 2017, correspondendo a -2,1% do PIB (-3,3% em igual período do ano anterior). Refira-se que o saldo das AP no 1º trimestre de 2017 não inclui qualquer impacto da recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, visto que o tratamento estatístico desta operação está em análise.