A economia portuguesa apresentou uma necessidade de financiamento de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano acabado no 1º trimestre de 2019 (no 4º trimestre de 2018 o saldo tinha sido positivo em 0,2% do PIB), interrompendo a série de saldos positivos iniciada no 3º trimestre de 2012. Na origem deste resultado esteve o saldo negativo nas transações de bens e serviços com o exterior, com as importações e exportações a registarem taxas de variação de 2,1% e 1,0%, respetivamente.
A existência de necessidade de financiamento externo esteve associada, em larga medida, à aceleração da Formação Bruta de Capital. Efetivamente, o aumento de 2,1% da Poupança Bruta da economia no ano acabado no 1º trimestre de 2019, foi insuficiente para financiar o aumento de 4,4% da Formação Bruta de Capital. O aumento do investimento foi particularmente expressivo no setor das sociedades não financeiras em que a respetiva taxa de investimento atingiu 24,1%, a taxa mais elevada desde 2010.
A capacidade de financiamento das Famílias recuou para 0,4% do PIB no 1º trimestre de 2019, menos 0,3 p.p. do que no trimestre anterior. Esta evolução traduziu também sobretudo o crescimento do investimento, tendo-se reduzido marginalmente a taxa de poupança em 0,1 p.p., para 4,5% do rendimento disponível.
A necessidade de financiamento das Administrações Públicas (AP) diminuiu para 0,1% do PIB no ano terminado no 1º trimestre de 2019. Tomando como referência valores trimestrais, o saldo das AP foi positivo no 1º trimestre de 2019, fixando-se em 0,4% do PIB (-1,0% em igual período do ano anterior).