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rodução animal
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2 - Produção Animal
Produção de Carne: bovino, suíno, ovino e caprino
Em 2011 a produção de carne de bovino atingiu as 96 mil
toneladas, o que reflete um aumento de 3,1% em relação
a 2010. O acréscimo foi sobretudo registado na carne de
vitelo (+13,1%), em resultado de uma maior procura no
mercado nacional, por parte de uma cadeia de
distribuição, de animais mais jovens (até aos 8 meses). A
produção de carne de bovinos adultos teve praticamente
uma manutenção (+0,3%), apesar do maior número de
novilhos e de vacas abatidos.
Para este aumento e para além da pressão exercida
pelo mercado interno, destaca-se a situação deficitária
de animais para abate e de carne na Europa, devido às
exportações de animais vivos para países terceiros,
principalmente para a Rússia, Turquia e Líbano. Este
fluxo provocou uma subida de preços na Europa,
tornando a carne nacional mais competitiva.
A estes factos há ainda que acrescentar a concentração dos abates de vacas devido à alteração das regras do
período de retenção ao prémio de vacas aleitantes e o final do prémio ao abate em 2011, que levou alguns
produtores a abater os seus animais antes do final do ano.
A conjuntura de crise económica nacional e internacional, bem como as exigências da UE (bem-estar animal)
e a especulação no mercado de cereais, levou à estagnação da produção da carne de suíno que com 407 mil
toneladas, teve uma variação negativa de apenas 0,2%, comparativamente a 2010. Os principais problemas
que o setor e a fileira de carne de suíno nacional atravessam resultam, fundamentalmente, da dependência e
da vulnerabilidade no aprovisionamento de matérias-primas, em particular de cereais e da forte dependência
de matérias-primas produzidas em países terceiros (nomeadamente a soja).
A volatilidade dos mercados aliada à especulação, gerou um aumento dos preços das principais matérias-
primas, e em consequência, o preço dos alimentos compostos para animais (que representam mais de 2/3 dos
custos de produção neste setor) subiu 30 a 40%, sem que os produtores tivessem conseguido refletir este
aumento no preço do produto final. Aliada a esta situação, estão as dificuldades de financiamento por parte
das explorações, resultando numa falência inevitável de muitas delas.
Outros fatores, como o desaparecimento do mercado tradicional, o baixo volume de exportação e as medidas
no âmbito do licenciamento, do bem-estar animal e das condições sanitárias das explorações (REAP; Estatuto
sanitário relacionado com o Plano de Controlo e Erradicação da Doença de Aujeszky- PCEDA; as taxas do
SIRCA etc.) acarretaram encargos e dificuldades acrescidas aos produtores nacionais, condicionando as
possibilidades de progressão daqueles que se mantêm em atividade.
Em 2011 a espécie ovina, apresentou uma pequena
variação da produção (-0,5%) e no que respeita aos
capr inos, registou-se uma descida de 3,8%,
comparativamente ao ano anterior, com produções de
18 mil toneladas e 1,4 mil toneladas, respetivamente.
No mercado de ovinos e caprinos, o número de
explorações e os efetivos baixaram, tendo-se constatado
um decréscimo de animais candidatos aos prémios
específicos. O consumo também decresceu, sobretudo
pelo facto das gerações mais novas da população não
serem muito apreciadoras das carnes de ovino e
caprino, e para além disso, o seu preço face ao da
carne de porco e de aves, numa conjuntura de crise,
ser nitidamente desfavorável.
Figura 2.2 - Produção de carne de ovino e caprino
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
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24
26
2009
2010
2011
Caprino
10
3
t
Ovino
10
3
t
Ovino
Caprino
Figura 2.1 - Produção de carne de bovino e de suíno
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
2009
2010
2011
Suíno
10
3
t
Bovino
10
3
t
Bovino
Suíno