Retrato Territorial de Portugal

150 A COMPETITIVIDADE E A INOVAÇÃO NAS REGIÕES PORTUGUESAS Após o período de exposição à crise económica e financeira que caracterizou as economias ocidentais desde 2008 e também aos impactos das políticas de natureza restritiva aplicadas à economia portuguesa, alguns indicadores económicos e sociais têm apresentado, desde 2014, valores que apontam para uma inversão do ciclo recessivo em Portugal (INE, 2016; OCDE, 2017). Neste contexto, a inovação assume uma dimensão central na agenda política comunitária, enquanto fator crucial para o desenvolvimento económico e as orientações políticas assentam no crescimento inteligente através da afetação de recursos para o desenvolvimento de uma economia baseada no conhecimento e na inovação (Comissão Europeia, 2014). No mesmo sentido e, refletindo o alinhamento com a estratégia europeia 2020, as prioridades estratégicas nacionais de intervenção dos fundos estruturais e de investimento para o período 2014-2020, nomeadamente no domínio da competitividade e internacionalização, assentam, entre outros, no reforço da investigação, do desenvolvimento tecnológico e da inovação (Portugal 2020, 2014). Identificaram-se três pontos para a estruturação da análise: O desempenho económico das regiões e as condições para a inovação , onde se pretende traçar um retrato do desempenho macroeconómico das regiões portuguesas nos últimos anos, bem como analisar alguns indicadores de qualificação de recursos humanos e relativos ao esforço Enquadramento em I&D, fatores entendidos como relevantes para o reforço da inovação e, portanto, para potencializar o crescimento económico. Adicionalmente, no pressuposto que as atividades em setores de alta e média-alta tecnologia produzem bens e/ou serviços tecnologicamente mais exigentes e com maior valor acrescentado, na segunda parte caracteriza-se o conteúdo tecnológico das regiões e a dinâmica das empresas de base tecnológica , salientando a importância do mercado externo no desempenho destas empresas. Por último, pretende-se caracterizar os resultados da inovação nas regiões portuguesas no tecido empresarial assim como as aplicações resultantes do processo de inovação. Na presente análise são considerados dados de diferentes fontes de informação tendo em conta o seu potencial de adequabilidade para melhor captar os fenómenos em análise. Procurou-se, sempre que possível, privilegiar a análise ao nível das sub-regiões NUTS III. Contudo, e tendo em conta que algumas das fontes de informação consideradas não permitem a desagregação territorial a essa escala, para alguns indicadores privilegiam-se a apresentação de resultados ao nível das regiões NUTS II. O período de análise considerado compreende a informação disponibilizada mais recente, tendo em consideração que as diferentes operações estatísticas em análise têm momentos de referência distintos. Sempre que se afigura pertinente e exequível, a análise é reforçada com um olhar comparativo das regiões portuguesas com o contexto europeu (UE-28).

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