Retrato Territorial de Portugal

158 A COMPETITIVIDADE E A INOVAÇÃO NAS REGIÕES PORTUGUESAS 4 Toma-se como referência a desagregação das atividades económicas da Nomenclatura de Contas Nacionais em três ramos de atividade – A3, para identificação dos setores primário (Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca), secundário (Indústrias extrativas; indústrias transformadoras; produção e distribuição de eletricidade, gás, vapor e ar frio; captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição; construção) e terciário (Serviços). Entre 2000 e 2014, a estrutura produtiva portuguesa (aferida pela repartição setorial do valor acrescentado bruto) seguiu uma tendência de terciarização que se deveu sobretudo à diminuição do contributo do setor secundário 4 para a criação de valor acrescentado, a par de se ter verificado também uma perda de importância relativa da riqueza criada pelo setor primário. O setor terciário, responsável pela criação de 69% do VAB da economia em 2000, aumentou esta proporção para 76% em 2014, enquanto o setor secundário diminuiu de 28% para 22% e o setor primário de 4% para 2%, respetivamente. ENTRE 2000 E 2014, O BAIXO ALENTEJO FOI A ÚNICA SUB-REGIÃO EM QUE PROPORÇÃO DE VAB GERADO PELO SETOR SECUNDÁRIO AUMENTOU EM DETRIMENTO DOS RESTANTES SETORES DA ECONOMIA, CONTRARIANDO A TENDÊNCIA DE TERCIARIZAÇÃO DA ESTRUTURA PRODUTIVA OBSERVADA NAS RESTANTES SUB-REGIÕES PORTUGUESAS NESTE PERÍODO A Figura III.5, em que Portugal e as NUTS III estão posicionadas de acordo com a repartição do VAB por setor (primário, secundário e terciário) mostra, pela comparação de 2000 com 2014, que a terciarização da estrutura produtiva ocorreu em praticamente todas as sub-regiões portuguesas o que está patente na deslocação no sentido ascendente de todos os pontos dos gráficos. O Baixo Alentejo constituiu a única exceção, já que a proporção de VAB gerado pelo setor secundário aumentou neste período em detrimento dos restantes dois setores da economia. Se em termos de VAB o setor terciário era preponderante em ambos os anos, no que diz respeito ao emprego subjacente à produção existia uma situação mais heterogénea, com várias NUTS III a apresentarem o emprego repartido de forma mais equilibrada pelos três setores de atividade no ano de 2000. Entre 2000 e 2014 a proporção de emprego no setor terciário aumentou em todas as sub-regiões, sendo porém possível identificar, no ano de 2014, NUTS III em que menos de metade da população estava empregada neste setor: Ave, Tâmega e Sousa, Douro, Terras de Trás-os-Montes e Oeste.

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