Retrato Territorial de Portugal

36 A DIFERENCIAÇÃO TERRITORIAL DO TURISMO Entre 2013 e 2016, a taxa de variação da capacidade de alojamento turístico em Portugal foi mais elevada nas áreas predominantemente rurais (41,8%) e mais baixa nas áreas predominantemente urbanas (13,2%). A taxa de crescimento da capacidade em áreas predominantemente rurais foi a mais elevada entre as três categorias de intensidade de urbanização em 14 das 25 sub-regiões portuguesas e em 16 NUTS III a variação relativa em áreas predominantemente urbanas foi a mais reduzida. Refira-se neste contexto, que a sub-região Alto Alentejo assinala não só os valores mais elevados neste indicador, como também a maior assimetria (105 p.p.) entre territórios predominantemente urbanos e rurais [Figura I.12]. ENTRE 2013 E 2016, O RITMO DE CRESCIMENTO DA CAPACIDADE DE ALOJAMENTO TURÍSTICO EM ÁREAS PREDOMINANTEMENTE RURAIS FOI CERCA DE TRÊS VEZES SUPERIOR AO VERIFICADO EM ÁREAS PREDOMINANTEMENTE URBANAS Os menores níveis de crescimento da capacidade verificados em algumas das sub-regiões do Litoral tradicionalmente associadas ao turismo de praia e os maiores níveis de crescimento em áreas predominantemente rurais sugerem novas ofertas de alojamento em segmentos turísticos de maior especificidade como sejam o Turismo de natureza 12 e o Turismo em espaço rural. Não obstante, importa salientar o maior potencial de crescimento relativo em áreas rurais do que em áreas urbanas, tendo em conta a menor capacidade dos alojamentos turísticos localizados nestes territórios. Refira-se, neste contexto, que as áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto concentravam 26% da capacidade dos alojamentos turísticos nacional e apresentaram taxas de crescimento entre 2013 e 2016 ainda significativas (respetivamente, 24,6% e 15,4%), dados que sugerem a continuidade de crescimento do segmento específico do Turismo de cidade 13 . 12 O turismo de natureza pode ser entendido como aquele que é praticado em ambientes naturais e que enfatiza as atrações turísticas nas qualidades ambientais dos destinos turísticos (ecossistemas, flora, fauna, etc.), em estadias próximas de áreas protegidas, reservas naturais, florestas, lagos, mar e áreas rurais (Turismo de Portugal, 2006). 13 O turismo de cidade poder ser lido do ponto de vista da tendência de polarização do turismo no espaço urbano onde predomina a oferta de recursos turísticos culturais e citadinos e cujas motivações turísticas podem assumir diferentes tipos de atratividade: excursionismo, compras, negócios, congressos, formação, religião, desporto, espetáculos e eventos, museus e monumentos, visita a familiares e amigos, recreio e lazer, cruzeiros, etc.) (Henriques, 2003).

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