Retrato Territorial de Portugal

92 A SUSTENTABILIDADE DEMOGRÁFICA DOS TERRITÓRIOS II.2. O ENVELHECIMENTO E A (IN)CAPACIDADE DE RENOVAÇÃO DEMOGRÁFICA DOS TERRITÓRIOS Um dos traços mais evidentes na evolução demográfica ocorrida em Portugal, ao longo das últimas décadas, tem sido o envelhecimento da população, em resultado da conjugação de variáveis demográficas chave (Rosa, 2012; Bandeira, 2014). Na verdade, trata-se de um duplo envelhecimento, na base provocado fundamentalmente pela regressão da natalidade e fecundidade (natalidade menor significa menos população em idade jovem e, indireta ou relativamente, mais população em idades mais avançadas), e, no topo derivado essencialmente do aumento da esperança de vida. Se, por um lado, o aumento da esperança de vida constitui um indicador de avanço nos cuidados à saúde e de desenvolvimento socioeconómico, por outro lado, a crescente longevidade da população portuguesa pode igualmente ter um impacto negativo na capacidade de renovação da população e, em particular, da população em idade ativa, e colocar desafios noutros planos da vida social, como é o caso do mercado de trabalho, do sistema de proteção social e da própria organização familiar. A relação entre estes diferentes planos assume um cariz de interdependência que não é somente funcional, mas também intergeracional (Cabral, 2013).

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