Revista Eletrónica do INE - dezembro de 2024/março de 2025

33 INEWS Nº 62 A revista do INE Perto de 2,1 milhões de pessoas em risco de pobreza ou exclusão social O Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, realizado em 2024 sobre os rendimentos do ano anterior, revelou que: • Em 2023, 16,6% das pessoas residentes, em Portugal, estavam em risco de pobreza, menos 0,4 pontos percentuais (p.p.) do que em 2022. • A diminuição da pobreza não foi extensível a todos os grupos etários: reduziu-se para os menores de 18 anos e para os adultos em idade ativa (menos 2,9 p.p. e menos 1,6 p.p.), mas aumentou para a população idosa (mais 4,0 p.p.). • O risco de pobreza diminuiu ligeiramente para ambos os sexos (menos 0,8 p.p. nos homens e menos 0,1 p.p. nas mulheres). • O risco de pobreza diminuiu quer para a população empregada, de 10,0% em 2022 para 9,2% em 2023, quer para a população desempregada, de 46,7% para 44,3%. • O aumento da pobreza atingiu sobretudo as famílias constituídas apenas por um adulto com 65 anos ou mais (33,7%, mais 5,5 p.p.) e por dois adultos com três ou mais crianças (28,2%, mais 4,6 p.p.). • O risco de pobreza é mais baixo na Grande Lisboa (12,9%) e mais elevado na Península de Setúbal (18,7%) e nas Regiões Autónomas da Madeira (19,1%) e dos Açores (24,2%). • As transferências sociais, relacionadas com a doença e incapacidade, família, desemprego e inclusão social, contribuíram para a redução do risco de pobreza em 4,8 p.p. (de 21,4% para 16,6%), um contributo superior ao do ano anterior (4,2 p.p.). • A taxa de intensidade da pobreza, em 2023, ascendeu a 25,7%, mais 0,1 p.p. do que no ano anterior. EM 2024 (RENDIMENTOS DE 2023), 2 096 MILHARES DE PESSOAS ENCONTRAVAMSE EM RISCO DE POBREZA OU EXCLUSÃO SOCIAL (PESSOAS EM RISCO DE POBREZA OU A VIVER EM AGREGADOS COM INTENSIDADE LABORAL PER CAPITA MUITO REDUZIDA OU EM SITUAÇÃO DE PRIVAÇÃO MATERIAL E SOCIAL SEVERA). CONSEQUENTEMENTE, A TAXA DE POBREZA OU EXCLUSÃO SOCIAL FOI DE 19,7%, MENOS 0,4 P.P. DO QUE NO ANO ANTERIOR. O Inquérito às Condições de Vida e Rendimento das famílias, efetuado em Portugal desde 2004, é um projeto estatístico regulamentado a nível da UE (EU-SILC), estabelecendo um sistema europeu harmonizado de produção de estatísticas sobre a pobreza, privação e exclusão social. O INE divulga, para Portugal, indicadores relativos a: > Risco de pobreza monetária > Intensidade da pobreza monetária > Desigualdades na distribuição dos rendimentos monetários dos residentes > Privação material e social > Intensidade laboral per capita > Risco de pobreza ou exclusão social No ICOR foram utilizados dados administrativos do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS – Modelo 3, Anexo A) relativos aos rendimentos do trabalho por conta de outrem e, pela primeira vez, os relativos às pensões de velhice do sistema contributivo, de modo a melhorar a consistência e a qualidade da informação antes da dedução de impostos e contribuições sociais.

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