Revista Eletrónica do INE - dezembro de 2024/março de 2025

1 INEWS Nº 62 A revista do INE INEWS a revista do INE O INE EM 2025 ALGUMAS DAS ATIVIDADES PREVISTAS ESTATÍSTICAS OFICIAIS QUADRO EUROPEU 90 ANOS DE RIGOR E INOVAÇÃO AO SERVIÇO DA SOCIEDADE INE Nº 62.DEZEMBRO.2024/MARÇO.2025

2 INEWS Nº 62 A revista do INE Comunicações INE INE nas escolas Satisfção dos Utilizadores No Mundo da Estatística Na Atualidade Estatísticas Oficiais Atividades 2025 INE: 90 anos Estatísticas Sociais Rendas 2025 IPC 2025 Dados em imagem INE Internacional

3 INEWS Nº 62 A revista do INE Abertura 5 O INE em 2025: Algumas das atividades previstas 6 Estatísticas Oficiais - Quadro europeu 14 INE - 90 Anos de rigor: inovação ao serviço da Sociedade 18 Índice Preços no Consumidor 2025 24 Anuário Demográfico: 90 anos 26 Estatísticas Sociais: alguns indicadores e publicações Saldo Natural para Portugal 1900-2023 30 Risco de pobreza 32 Índice de Bem Estar 34 Esperança de Vida aos 65 anos – 2022-2024 36 Atualização de rendas em 2025 38 Os dados em imagem 40 INE Internacional 54 Workshop Sobre a Modernização das Estatísticas Oficiais 2024 56 Programa Estatístico da CPLP 60 Comunicações INE 64 INE nas Escolas ESC 2025 68 Visitas de Estudo 2024 69 Satisfação dos Utilizadores 72 No Mundo da Estatística ISCAP HACKATHON 80 JOCLAD 2025 81 XXVII Congresso da SPE 82 Na Atualidade O INE divulga 84 O INE pergunta 86 O INE publica 88 NESTA EDIÇÃO

4 INEWS Nº 62 A revista do INE Participaram nesta edição Conceição Veiga Edviges Coelho Liussaka Daio Joana Malta Paulo Saraiva Susana Clemente Tiago Santos Vitor Mendonça INEWS - A Revista do INE Publicada pelo Instituto Nacional de Estatística Edição trimestral ISSN: 2182-469X Conselho Diretivo António Pinto de Oliveira Gomes Rua - Presidente Maria João Gaspar Tavares Zilhão - Vogal Jorge Ramos Afonso de Magalhães - Vogal Editora Maria Manuela Martins Colaboradores permanentes Contactos newsletter@ine.pt Instituto Nacional de Estatística Av. António José de Almeida 1000-043 Lisboa – Portugal +351 21 842 61 10 (chamada para rede fixa nacional) Serviço de Comunicação e Imagem sci@ine.pt Fotografias: www.freepik.com www.unsplash.com Apoio a Utilizadores +351 218 440 695 (chamada para rede fixa nacional) info@ine.pt Carlos Marcelo Filomena Simão Magda Ribeiro Margarida Rosa Patrícia Correia Paula Nogueira Rosa Cameira Design e Paginação Cristina Drago Isabel Guedes Apoio Técnico Bruno Guerreiro Domingos Rosário Marco Moura

5 INEWS Nº 62 A revista do INE É com uma grande honra, sentido de responsabilidade e compromisso que o novo Conselho Diretivo do INE assumiu funções em 26 de novembro de 2024, iniciando as suas atividades com o planeamento do ano de 2025 em que o Instituto celebra 90 anos de história. É, assim, momento para reafirmar o compromisso em manter os mais elevados padrões de integridade, rigor e inovação em todas as suas atividades. As estatísticas oficiais desempenham um papel fundamental na tomada de decisões informadas na sociedade em geral - , cidadãos, empresas, investigadores, decisores políticos – e na definição de estratégias que geram impacto no nosso dia a dia. A prioridade do INE é a de garantir a credibilidade, a independência e a relevância das estatísticas oficiais, assegurando que continuam a servir como um alicerce sólido para o debate público e para ações baseadas em evidência. Num contexto de aceleradas transformações tecnológicas e de crescente procura por dados mais granulares e atempados, é necessário continuar a investir na modernização dos métodos, processamento e no acesso ágil à informação estatística que o INE produz e divulga, integrada na Infraestrutura Nacional de Dados. Através da adoção de ferramentas digitais, do uso de dados administrativos e de bases de dados privados de grande dimensão usando abordagens inovadoras, o INE procurará aumentar a eficiência e a capacidade de resposta, mantendo o rigor e a objetividade que sempre caracterizaram a instituição. Para tal, é necessária uma atitude colaborativa, através do fortalecimento de parcerias com entidades nacionais e internacionais, instituições académicas, o setor privado e a sociedade civil. Ao promover um diálogo aberto com utilizadores e respondentes ou detentores de dados, o INE garante a melhoria contínua de processos e produtos estatísticos, de forma a melhor responder às necessidades da sociedade. E, o mais importante, o INE reafirma o compromisso com a valorização do talento e do desenvolvimento das competências dos seus profissionais. O sucesso do INE assenta na dedicação, profissionalismo e know-how dos seus recursos humanos, que apoiará incentivando a inovação e fomentando um ambiente de trabalho inclusivo, colaborativo e orientado para a excelência. O ano de 2025 será um ano para celebrarmos 90 anos de história de uma instituição, mas mais importante celebramos 90 anos de estatísticas oficiais que contaram com inúmeros profissionais responsáveis pelo desenvolvimento da ciência estatística em Portugal. António Rua Presidente do CD (ao centro) Maria João Zilhão Vogal Jorge Magalhães Vogal

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7 INEWS Nº 62 A revista do INE Atividades do INE previstas para 2025

8 INEWS Nº 62 A revista do INE A atividade do Instituto Nacional de Estatística I.P. (INE) será desenvolvida em alinhamento com a sua estratégia para o período 2023-2027 e as estratégias dos Sistemas Estatísticos Nacional e Europeu, enquadrada pelo Código de Conduta para as Estatísticas Europeias.

9 INEWS Nº 62 A revista do INE EM 2025 Prosseguir-se-á com o desenvolvimento e modernização da infraestrutura de suporte ao processo produtivo de estatísticas oficiais, ao nível da arquitetura e da infraestrutura informacional de base, privilegiando a infraestrutura de dados geográficos e de novas metodologias estatísticas. A integração de dados provenientes de diversas fontes na Infraestrutura Nacional de Dados (IND) no INE continuará a assumir relevância no processo de produção de estatísticas oficiais. O Sistema de Gestão Integrado do INE, nomeadamente a atualização da certificação do Sistema de Gestão de Segurança da Informação no âmbito da ISO/IEC 27001:2022 e a manutenção da certificação pela ISO 9001 continuará uma prioridade. Destaca-se a continuidade dos três projetos do INE no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR): Infraestrutura de Informação Territorial; Infraestrutura de Dados para Investigação; Capacitação em Ciência de Dados para o Sistema Estatístico Nacional e para a Administração Pública. No contexto da difusão e comunicação, manter-se-á o objetivo de divulgação atempada e de forma acessível à informação estatística prevista para 2025, destacandose igualmente as atividades de promoção da literacia estatística.

10 INEWS Nº 62 A revista do INE O ano de 2025 será marcado pela celebração do 90.º aniversário do INE (1935-2025), com a realização de um conjunto de ações ao longo do ano, destinadas a destacar a Missão do Instituto e a relevância das estatísticas oficiais para a sociedade. • Implementação da nova versão da Classificação das Atividades Económicas - CAE Rev.4. • Desenvolvimento da Base de População Residente, enquanto base estrutural do INE sobre população e de suporte ao novo modelo censitário, apoiado em informação administrativa e enquadrado na Infraestrutura Nacional de Dados no INE. • Realização e divulgação dos resultados do exercício de Projeções de População Residente 2025. • Disponibilização das Estimativas Mensais de Emprego e Desemprego e dos resultados das Estatísticas de fluxos entre estados do mercado de trabalho (trimestrais e anuais). • Disponibilização trimestral dos resultados do Índice de Custo do Trabalho. • Recolha do Inquérito Nacional de Saúde 2025. • Divulgação dos resultados do módulo regular trienal (primeira edição) do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento 2024 sobre “Saúde e privação material das crianças”. • Divulgação dos resultados do Inquérito à Situação Financeira das Famílias 2024, em colaboração com o Banco de Portugal. • Divulgação das Taxas de esforço para a aquisição de habitação permanente com recurso ao crédito (em articulação com o Banco de Portugal), no contexto StatsLab – Estatísticas em Desenvolvimento. • Disponibilização de resultados finais relativos a 2023 e provisórios para 2024 das Contas Nacionais (ramos e setores institucionais), de acordo com a nova base 2021. • Disponibilização de resultados finais relativos a 2023 e provisórios para 2024 das Contas Regionais, consistentes com a nova base 2021 das Contas Nacionais e de acordo com as NUTS 2024. • Divulgação de resultados das contas das Administrações Públicas no âmbito do Procedimento dos Défices Excessivos (PDE). • Disponibilização de resultados para os novos módulos das Contas do Ambiente (Conta da Floresta e Conta dos Subsídios Ambientais e Transferências Similares). • Disponibilização da Conta Satélite do Mar (2020-2023), Conta Satélite da Saúde e Conta Satélite do Turismo. • Divulgação do Inquérito aos Custos de Contexto (edição 2024). • Divulgação da Balança Alimentar 20202024. • Elaboração de uma nova edição do estudo sobre Pressão Construtiva. • Continuação do desenvolvimento do Sistema Integrado de Informação sobre o Turismo – SiT. Realização de um inquérito piloto ao pequeno alojamento local (<10 camas) para os municípios de Lisboa e Porto no âmbito deste sistema. • Disponibilização dos indicadores de monitorização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), no quadro do exercício anual. Ad opmr oí ndi uo çs ãmo eer edci ef ums ãdoe sdtea quume ce omn j2u0n2t 5o , ddea daot i vc ui dma dp er isr ee ms t aotbí srtiigcaaçsõreespdr ee sreenptoart ti ev aes rde eq uviásri ti oo ss mnoemtoedaodlaómgiecnoste:estabelecidos por legislação europeia e nacional em matéria estatística,

11 INEWS Nº 62 A revista do INE No total, em 2025 estão previstas 318 atividades estatísticas (246 do INE e 72 das EDC), das quais 280 são operações estatísticas (208 do INE e 72 das EDC), a que correspondem 1 092 momentos de disponibilização de informação à Sociedade (770 da responsabilidade do INE e 322 das EDC). Preve-se a divulgação, pelo INE, de 341 destaques à Comunicação Social e, ainda, a edição de 70 publicações, sendo 29 da responsabilidade do INE e 41 das EDC. DE na tsi da taidv ei ds acdoems aDreel eagl iazçaãropde el a s Casomsepgeutiênntecsia:s (EDC), destacam-se • Implementação da CAE Rev.4 no instrumento de recolha do Relatório Único. [GEP/MTSSS] • Publicação regular de dashboards sobre operações estatísticas da área do Mercado de Trabalho. [GEP/MTSSS] • Promoção da colaboração com entidades terceiras, detentoras e potenciais fornecedoras de dados administrativos que possam ser complementares às estatísticas oficiais nas áreas da educação e que permitam a produção e existência de novos estudos ou indicadores. [DGEEC/MECI] • Incorporação das ferramentas de inteligência artificial (IA) na análise e validação dos dados e na produção de novas estatísticas, nomeadamente, para a realização de projeções e análises de tendências. [DGEEC/MECI] • Continuação do desenvolvimento do projeto PRR, de construção de uma nova plataforma de indicadores, estatísticas oficiais e dados abertos, integrando fontes de dados dos serviços da Justiça e outras entidades públicas e privadas. [DGPJ/MJ] • Implementação de nova solução tecnológica que permita reduzir o tempo de recolha, processamento e divulgação da informação estatística no âmbito do projeto de implementação de uma nova plataforma de indicadores, estatísticas oficiais e dados abertos na área da justiça. [DGPJ/MJ] • Implementação de um novo sistema de tratamento e divulgação de estatísticas da justiça que privilegie a consulta da informação através de dashboards dinâmicos e melhore a experiência de utilizador e a interface. [DGPJ/MJ] • Continuação do reforço da qualidade do processo de produção estatística do setor das pescas e aquicultura. [DGRM/MIH|ME|MAP] • Aperfeiçoamento da recolha de dados sobre produção aquícola, salicultura e frota, através um inquérito online. [DGRM/MIH|ME|MAP] • Continuação da produção e divulgação de informação estatística atualizada, relativa à Energia e Recursos Geológicos. [DGEG/MAE] • Continuação da identificação dos indicadores e necessidades de recolha de informação periódica visando o acompanhamento e monitorização do Plano Nacional Integrado Energia Clima (PNEC 2021-2030). [DGEG/ MAE]

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13 INEWS Nº 62 A revista do INE Ai not enrínv ae cl idoan ca ol oo pI eNrEa çdãaor áe sctoant ít si nt iuc iad a d e à p es a t r r t u ic t i u p r a a ç s ã : o e cooperação em diversas • Participação ativa nas estruturas europeias, em particular nas do Sistema Estatístico Europeu, destacando-se o seu Comité, e no Working Party on Statistics do Conselho da União Europeia. • Participação ativa nos trabalhos das ESSnets, Task Forces e grupos de trabalho do Eurostat, em diversos domínios. • Participação no European Statistical Forum, que reúne o Sistema Estatístico Europeu e o Sistema Europeu de Bancos Centrais. • Acompanhamento da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, nomeadamente no que se refere aos indicadores de monitorização. • Participação em fóruns internacionais sobre estatística representando Portugal, nomeadamente na Comissão de Estatística das Nações Unidas, na Conferência dos Estatísticos Europeus da Comissão Económica para a Europa das Nações Unidas e no Comité de Estatística da OCDE. • Cooperação para o desenvolvimento dos sistemas estatísticos de outros países, em particular dos países de língua portuguesa, quer a nível bilateral, quer no quadro da CPLP, respeitando compromissos assumidos.

14 INEWS Nº 62 A revista do INE Estatísticas europeias: ruemv i ns ãoov od oc aqpuí taudl roopl ae rgaa laas n u n c i a estatísticas oficiais O Regulamento (UE) 2024/3018 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de novembro de 2024, publicado no Jornal Oficial da União Europeia, de 6 de dezembro de 2024, passou a constituir a referência legal para as estatísticas oficiais da União Europeia (UE). A nova formulação constitui a segunda alteração ao regulamento (CE) nº 223/2009, o primeiro quadro legal para as estatísticas oficiais europeias, publicado há 15 anos. As alterações introduzidas ao quadro legal permitirão às autoridades estatísticas nacionais e ao Eurostat, satisfazer a procura crescente por estatísticas oficiais mais detalhadas e atempadas, bem como responder, mais eficazmente, às necessidades emergentes, em particular em situações de crise na União.

15 INEWS Nº 62 A revista do INE O Sistema Estatístico Europeu (SEE) é uma parceria entre o Eurostat (autoridade estatística da União Europeia) e as autoridades estatísticas dos Estados-membros, as quais incluem os institutos nacionais de estatística (INEs) e outras autoridades nacionais responsáveis pelo desenvolvimento, produção e divulgação das Estatísticas Europeias. A revisão do quadro legal marcará progressos significativos nos procedimentos de recolha e partilha de dados, em toda a UE. O Regulamento revisto: • reforça o direito de acesso, pelas autoridades estatísticas, às fontes administrativas e inclui, pela primeira vez, a possibilidade de aceder a dados detidos por entidades privadas, para efeitos de produção de estatísticas oficiais, assegurando a salvaguarda de dados sensíveis e reduzindo a sobrecarga estatística para as empresas; • inclui a promoção da partilha de dados entre as autoridades estatísticas dos Estados-membros da UE, bem como as atividades de inovação e a compilação de estatísticas experimentais, classificadas como indispensáveis na atividade principal das referidas entidades; • prevê a possibilidade de os institutos nacionais de estatística assumirem novas funções e tarefas nos quadros nacionais de governação de dados.

16 INEWS Nº 62 A revista do INE ECOFIN destaca o progresso na produção de estatísticas europeias nas suas conclusões de 2024 Estatísticas Oficiais da UE O Conselho para os Assuntos Económicos e Financeiros (ECOFIN) aprovou, no passado dia 5 de novembro, as suas conclusões de 2024 sobre as estatísticas da UE nas quais se congratula com os progressos relacionados com os requisitos de informação na União Monetária Europeia, as estatísticas sobre o procedimento dos défices excessivos, a supervisão dos desequilíbrios macroeconómicos e as estatísticas estruturais, destacando também os aspetos a melhorar. Em particular, o Conselho salientou: i) as melhorias na qualidade e disponibilidade dos Principais Indicadores Económicos Europeus; ii) a publicação das contas anuais das instituições e organismos da UE; iii) o acompanhamento da implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável a nível da UE; iv) o trabalho para desenvolver e melhorar as estatísticas do sector imobiliário comercial; v) os progressos registados na publicação de novos indicadores sobre a energia, bem como as estatísticas pormenorizadas sobre a segurança do aprovisionamento energético; vi) a publicação de dados-piloto relacionados com o emprego nas plataformas digitais vii) e a proposta para melhorar o âmbito, a atualidade e a comparabilidade das estatísticas do mercado de trabalho sobre as empresas.

17 INEWS Nº 62 A revista do INE E apelou às entidades estatísticas para: i) desenvolverem novas estatísticas sobre a competitividade e a resiliência das empresas europeias, bem como para identificar os sectores com uma elevada dependência das importações de matérias-primas críticas e de componentes essenciais; ii) envidarem esforços para fornecer estatísticas ainda mais pormenorizadas e atempadas sobre os preços da habitação e sobre a habitação social, tendo em conta os desafios que muitos europeus enfrentam no acesso à habitação a preços acessíveis. O ECOFIN congratulou-se com a revisão do Regulamento (CE) n.º 223/2009 relativo às Estatísticas Europeias, tendo incentivado o Sistema Estatístico Europeu a tirar partido das possibilidades oferecidas pelo novo regulamento, para continuar a desenvolver estatísticas pertinentes e de elevada qualidade, que contribuam para as prioridades da União e ajudem a combater a desinformação. O Conselho ECOFIN é responsável pela política da UE em três áreas principais: política económica, matéria fiscal e regulamentação dos serviços financeiros. É composto pelos ministros da economia e das finanças de todos os Estados-membros da UE. Anualmente, no seu relatório de outono, aprova conclusões sobre as estatísticas da UE, com o objetivo de identificar os progressos alcançados relativamente às prioridades estabelecidas no ano anterior e de fornecer orientações para o trabalho futuro.

18 INEWS Nº 62 A revista do INE INE: 90 Anos de rigor e inovação ao serviço da Sociedade Em 23 de maio de 1935, o Diário do Governo publicou a Lei nº 1:911, na qual era criado o Instituto Nacional de Estatística. O diploma legal atribuiu ao Instituto “as funções de notação, publicação e comparação dos elementos estatísticos referentes aos aspectos da vida portuguesa que interessam à Nação, ao Estado ou à Ciência”, ancoradas nos seguintes princípios fundamentais: centralização dos Serviços, com possibilidade de delegação de funções; autonomia e unidade técnica; autoridade estatística; responsabilidade dos informadores; segredo estatístico e segredo profissional.

19 INEWS Nº 62 A revista do INE Em 1935, foi inaugurada a sede do INE, o primeiro edifício concebido de raiz para uma entidade estatística nacional que se mantém até hoje; a sua autoria pertence ao Arquiteto Porfírio Pardal Monteiro. PC AOSNSTAEDMOPSO9R0ÂANNEOOS ÉDUAMS UA AR CE RF EI ARÇÊÃNOC, IOA INNAE P R O D U Ç Ã O E DE NI VQUULAGNATÇOÃ OP RDI EN CE ISPTAALT ÍESNTTI CI DA AS DOEF IDC OI ASSI SPTOERMT AU GEUS TE AS AT ÍSS, T I C O NSIASCTIEOMNAALESETOATRÍGSATNICISOMEOURPOLEPNEUA.MENTE INTEGRADO NO

20 INEWS Nº 62 A revista do INE Na atualidade, o INE enquadra a sua produção em exigências de modernização e de utilização de dados já existentes, evidenciadas desde logo no quadro do seu plano de atividades, para 2025: “Prosseguir-se-á com o desenvolvimento e modernização da infraestrutura de suporte ao processo produtivo de estatísticas oficiais, ao nível da arquitetura e da infraestrutura informacional de base, privilegiando a infraestrutura de dados geográficos e de novas metodologias estatísticas. A integração de dados provenientes de diversas fontes na Infraestrutura Nacional de Dados (IND) no INE continuará a assumir relevância no processo de produção de estatísticas oficiais.” O INE assume como Missão ‘produzir, de forma independente e imparcial, informação estatística oficial de qualidade, relevante para a Sociedade, promovendo a coordenação, a análise, a inovação e a divulgação da atividade estatística nacional, garantindo o armazenamento integrado de dados’. A missão do INE é de grande exigência, estando a sua atividade sujeita a permanente evolução e ao escrutínio público. Para se manter relevante, a informação estatística deve acompanhar as constantes mudanças a que a Sociedade está sujeita, identificando novas necessidades e fazendo opções cujo impacto nos fornecedores de informação e nos utilizadores importa medir a cada momento. As operações estatísticas são realizadas de acordo com metodologias técnicocientíficas e padrões internacionalmente estabelecidos, garantes da sua qualidade. Os seus resultados são disponibilizados em simultâneo a toda a Sociedade. Valores O INE, em linha com o Código de Conduta para as Estatísticas Europeias, pauta-se por valores de: > Profissionalismo, ética e respeito pela confidencialidade; > Independência técnica, objetividade e imparcialidade; > Valorização dos recursos humanos e desenvolvimento de novas competências; > Compromisso para com a Qualidade; > Criatividade, inovação e melhoria contínua dos processos; > Respeito pelos detentores de fontes de dados; > Sucesso nas parcerias com entidades externas; > Satisfação das necessidades estatísticas diferenciadas. Visão O INE é uma Autoridade Estatística independente e credível, que desenvolve processos estatísticos metodologicamente avançados, que recorre à inovação tecnológica, à ciência de dados, à integração de múltiplas fontes para fins estatísticos, no respeito pela confidencialidade dos cidadãos e entidades, e que devolve à sociedade estatísticas de valor para um melhor conhecimento, investigação e a tomada de decisão. Para que uma organização cumpra a sua Missão e alcance a sua Visão é necessário que as/os trabalhadoras/ es partilhem Valores que reflitam uma forma coletiva de pensar e agir.

21 INEWS Nº 62 A revista do INE Em 2025: > Cumprem-se 124 anos sobre a criação, em 1911, da primeira entidade autónoma dedicada à estatística – a Direção Geral de Estatística, extinta em 1935 > E 210 anos sobre a criação, em 1815, do que é considerado o primeiro organismo oficial de estatística em Portugal, a Comissão de Estatística e Cadastro do Reino Também em 2025, assinala-se o 20º aniversário do Código de Conduta para as Estatísticas Europeias, adotado pelo Comité do Programa Estatístico da EU, em fevereiro de 2005, tendo a sua adoção sido recomendada pela Comissão Europeia a todos os Estados Membros. E o Dia Mundial da Estatística, que se celebra a cada 5 anos; este dia foi instituído pelas Nações Unidas e assinalado, pela primeira vez, em 10 10 2010 A história da Estatística nacional é longa e naturalmente não teve início com o INE

22 INEWS Nº 62 A revista do INE Gestão de Segurança da Informação A Gestão de Segurança da Informação (GSI) no Instituto Nacional de Estatística I.P. tem como objetivo garantir a confidencialidade, integridade e disponibilidade da informação, protegendo os ativos digitais e físicos contra ameaças e vulnerabilidades. Esta abordagem é sustentada por uma gestão de riscos estruturada e um compromisso contínuo com a melhoria dos processos. Ao adotar práticas robustas de segurança, a GSI promove um ambiente resiliente e preparado para os desafios tecnológicos e regulamentares do presente e do futuro. Refletindo a evolução e adaptação do INE às melhores práticas internacionais, exigindo o alinhamento das suas políticas e procedimentos, o INE apresenta a nova política de segurança de informação, disponível no Portal do INE. Esta política, está alinhada com as seguintes normas e requisitos: O Sistema de Gestão Integrado do INE > ISO/IEC 27001:2022 – Segurança da Informação, Cibersegurança e Proteção da Privacidade: Sistemas de Gestão da Segurança da Informação (Requisitos). > ISO/IEC 27701:2019 – Extensão para Gestão de Informação Privada (Privacy Information Management). > ISO 9001:2015 – Sistemas de Gestão da Qualidade (Requisitos). > Legislação e regulamentação aplicáveis em matéria de segurança da informação, cibersegurança e proteção de dados. > Recomendações do SEE (Sistema Estatístico Europeu) e do EUROSTAT relativas à Segurança da Informação, Cibersegurança e Proteção da Privacidade. Integração com o SGI O processo de GSI está plenamente integrado no Sistema de Gestão Integrado (SGI) do INE, contribuindo para uma visão holística da gestão organizacional. Esta integração assegura que os princípios de qualidade, segurança e proteção de dados pessoais sejam abordados de forma coordenada e eficaz. O SGI do INE fundamenta-se nos seguintes referenciais: > ISO/IEC 27001 – Sistema de Gestão de Segurança da Informação (SGSI) > ISO/IEC 27701 – Extensão para Gestão da Informação Privada > ISO 9001 – Sistema de Gestão da Qualidade

23 INEWS Nº 62 A revista do INE > Certificação, iniciada em 2024, do Sistema de Gestão da Qualidade pela Norma NP EN ISO 9001:2015 implementado na produção e divulgação de estatísticas oficiais do Instituto Nacional de Estatística, I.P. Certificado APCER | Certificado IQNET > Certificação, iniciada em 2019, do Sistema de Gestão de Segurança de Informação do INE pela Norma NP ISO/IEC 27001:2013 implementado no sistema de certificação do ESS IT Security Framework, no âmbito dos processos das estatísticas de comércio internacional – intra e extra UE. Certificado APCER | Certificado IQNET Destacam-se, ainda, alguns documentos, de relevância para o INE: > O Código de Conduta para as Estatísticas Europeias, que integra a Declaração de Qualidade do Sistema Estatístico Europeu e é composto por dezasseis princípios, repartidos por três áreas principais: Enquadramento Institucional, Processos Estatísticos e a Produção Estatística. O Instituto Nacional de Estatística adotou este Código de Conduta, no qual se enquadram os seus Valores, promovendo-o ativamente junto de todas as entidades intervenientes na produção estatística nacional, de respondentes e ainda de clientes em geral, comunidade académica e comunicação social. > A política da Qualidade que formaliza o compromisso público do Conselho Diretivo do INE com a gestão da qualidade. > A Carta da Qualidade formaliza o compromisso público que o INE assume em relação à qualidade e credibilidade das estatísticas oficiais que produz e difunde e ao serviço público que presta a toda a Sociedade, explicitando-o em relação aos prestadores de informação, aos utilizadores de informação estatística e a todos os cidadãos interessados. > A Política de Confidencialidade Estatística que constitui o compromisso público quanto à observância do Princípio do Segredo Estatístico, assumido pelo INE enquanto órgão central responsável pela coordenação e desenvolvimento da atividade estatística nacional. > A Política de Privacidade e Proteção de Dados Pessoais que visa fornecer informações ao titular dos dados sobre a natureza dos dados recolhidos, a respetiva finalidade e o tratamento que será realizado. > A Política Antifraude e Anticorrupção que visa promover junto dos seus colaboradores e dos cidadãos em geral, uma atitude proativa e participativa na prevenção, deteção e combate à fraude e corrupção, no estrito cumprimento da legislação em vigor.

24 INEWS Nº 62 A revista do INE ÍNDICE DE PREÇOS NO CONSUMIDOR 2025: ALTERAÇÕES E ATUALIZAÇÕES Com a publicação do Índice de Preços no Consumidor (IPC), em janeiro de cada ano, são atualizados a estrutura de despesa e os bens e serviços incluídos no cabaz. A estrutura de ponderação do IPC, para 2025, baseia-se na despesa monetária de consumo final das famílias, tendo como principal referência os dados de 2022 e de 2023 das Contas Nacionais Portuguesas, produzidas pelo INE. E re u E g r s u o t l a p a e mm ia e e t e n o t rd a e ç o c õ l o o e m g s i e a d n a sd e U a g n ç u õ i e ã e os d do oE Íunrdo isctea tHpaar rma oonci zá al cduol o d( IeHPPrCe)ç, ocso nmo oC oo bn jseut mi v oi ddoer a s qs eugaul irdaardae me satias teí sl et ivcaad a da informação e a c o mEpsat raadboisl i Md aedme bernotsr.e o s

25 INEWS Nº 62 A revista do INE A ESTRUTURA COMPLETA DE PONDERADORES PODE SER CONSULTADA NO PORTAL DO INE Notas: 1 COICOP – Classificação do Consumo Individual por Objetivo. 2 Devido a arredondamentos, a soma das parcelas não perfaz o total. Classes COICOP1 2024 2025 01 Produtos alimentares e bebidas não alcoólicas 221,2 225,2 02 Bebidas alcoólicas e tabaco 35,7 34,6 03 Vestuário e calçado 64,1 60,1 04 Habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis 87,4 101,8 05 Acessórios para o lar, equipamento doméstico e manutenção corrente da habitação 65,8 56,7 06 Saúde 68,3 71,9 07 Transportes 148,1 149,8 08 Comunicações 28,7 27,8 09 Lazer, recreação e cultura 60,5 63,4 10 Educação 18,9 17,0 11 Restaurantes e hotéis 103,6 92,9 12 Bens e serviços diversos 97,8 99,0 00 Total 1 0002 1 0002 Estrutura de ponderação do IPC em 2024 e 2025 A incorporação de informação as Contas Nacionais permite refletir alterações nos preços quantidades consumidas, assegurando coerência com variáveis económicas fundamentais. Em 2025, os ponderadores do IPC foram calculados com base na informação divulgada em setembro de 2024, resultando em mudanças mais expressivas face à estrutura de 2024. Devido à inclusão de novos dados do Inquérito às Despesas das Famílias (2022/2023) foi efetuada uma revisão significativa do cabaz do IPC. Cerca de 15% dos produtos da amostra de 2024 foram substituídos, representando 5% do total deste índice. A maioria dos produtos mantidos reflete estabilidade nas preferências de consumo das famílias desde a última revisão geral do cabaz do IPC, em 2018. Para 2025, foram introduzidas mudanças na estrutura de ponderação e/ou amostras de bens e serviços como cigarros, eletricidade, gás natural, medicamentos e especialidades farmacêuticas, automóveis novos, telecomunicações, jornais e periódicos, jogos e apostas, seguros e serviços financeiros. Adicionalmente, 2025 marca o início da publicação dos índices regionais do IPC (nível NUTS II) com a nova geografia NUTS 2024. A recolha de preços foi reorganizada, com a transição de centros de recolha para as regiões Oeste e Vale do Tejo e Península de Setúbal. Para garantir a representatividade do IPC na Península de Setúbal, foram iniciadas recolhas em Almada e Sesimbra, enquanto Cascais foi descontinuado. As séries destes índices regionais começaram em dezembro de 2024.

26 INEWS Nº 62 A revista do INE O 'Anuário Demográfico - Estatística do Movimento Fisiológico de População de Portugal - de 1935, foi o primeiro publicado pelo então recém criado INE. 90 anos de Estatísticas Demográficas Este anuário apresentava, embora com certos aperfeiçoamentos de pormenor, a mesma estrutura dos publicados desde 1929, data em que se iniciou esta série, cujo objetivo era o de sintetizar anualmente a informação recolhida das Conservatórias do Registo Civil. O plano de apuramentos assentava em 52 quadros organizados em quatro partes: a primeira, contendo dados comparativos, médias e taxas; a segunda relativa ao movimento geral da população, incluindo nascimentos; a terceira, dedicada a casamentos e divórcios; e, a última, com dados sobre mortalidade. A desagregação era feita ao nível de distrito (no Continente e ilhas) e em alguns quadros ao nível de concelho. A nota introdutória desta publicação destaca a celeridade entre o processo de recolha e organização dos elementos e a concretização da publicação (editada em maio de 1936), cujo período é cada vez mais curto "graças ao serviço das máquinas e à provada dedicação do respectivo pessoal".

27 INEWS Nº 62 A revista do INE Resultados publicados Os nados-vivos e nados-mortos eram apurados segundo o sexo (varões e fêmeas) e a legitimidade ao nível de concelho, e segundo o mês, apenas ao nível de distrito. Os casamentos eram divulgados segundo o estado civil dos nubentes, nos concelhos; segundo o estado civil e a idade combinados, a nacionalidade e o parentesco dos nubentes, a instrução (sabendo ler e escrever e analfabetos), os filhos legitimados, o regime de bens (tipo de contrato antenupcial) e a cerimónia religiosa, por distritos. Os divórcios segundo as causas, a duração do casamento dissolvido, a idade dos cônjuges e o estado civil anterior ao casamento dissolvido, o número de filhos e o regime de bens dos casamentos dissolvidos, eram apresentados por distritos. Em 1935, as modalidades de divórcio consideradas eram as seguintes: adultério da mulher; adultério do marido, sevícias e injúrias graves, abandono do lar conjugal por tempo não inferior a 3 anos, ausência por tempo não inferior a 4 anos, loucura incurável, separação de facto livremente consentida por 10 anos, vício inveterado de jogo, embriaguez, separação convertida em divórcio por falta de reconciliação após o prazo de 5 anos, e mútuo consentimento. Nas estatísticas da mortalidade, os óbitos segundo as causas (43 rúbricas) e o sexo, ao nível de concelho; os óbitos segundo as idades, o sexo, as causas e por meses de ocorrência, por distrito; os óbitos das pessoas com menos de 5 e mais de 80 anos, por idades discriminadas e sexo, eram igualmente apresentados ao nível do distrito. A mortalidade das crianças com menos de 5 anos encontrava-se subdividida em óbitos com menos de 1 ano e de 1 até aos 5 anos. Na breve análise que antecede as tabelas refere-se a diarreia e a enterite como a principal causa de morte entre as crianças com menos de 2 anos. In O Instituto Nacional de Estatística ao Serviço da Sociedade Portuguesa, Lisboa, 2006 Gonçalves, Cristina e Leite, Sofia, capítulo 2.2 Estatísticas Demográficas: passado presente e futuro (extratos)

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29 INEWS Nº 62 A revista do INE Estatísticas Sociais: alguns indicadores e publicações

30 INEWS Nº 62 A revista do INE SPAALRDAOPONRATTUUGRAALL 1900-2023 A INEWS apresenta-lhe uma breve análise dos valores do saldo natural, por ano, para o período 1900-2023 O saldo natural divulgado pelo INE corresponde ao saldo natural adotado nas estimativas de população residente, resultando dos valores de nados-vivos de mães residentes em Portugal e óbitos de residentes em Portugal, apurados com base na informação registada nas Conservatórias do Registo Civil, disponíveis no momento de cálculo das referidas estimativas. Devido ao tratamento dos registos com residência ignorada, o saldo pode não corresponder exatamente à diferença entre o número de nados- -vivos e o número de óbitos.

31 INEWS Nº 62 A revista do INE Os dados para o período 1900-2023 permitem constatar que, no século XX, Portugal apenas registou um saldo natural negativo em 1918 (-70 291), predominantemente associado à epidemia da gripe pneumónica, ou gripe espanhola, a maior pandemia desse século. Já no século XXI, observa-se pela primeira vez um saldo negativo em 2007 e, posteriormente, em todos os anos do período 2009-2023. O valor de saldo natural mais baixo foi registado em 2021(-45 220). O INE disponibiliza online os valores do saldo natural, por ano, com início em 1991 e até 2023 nesta data1. A informação é atualizada anualmente, após a divulgação das estimativas da população residente, publicadas pelo INE em junho. 1 Dados referentes a 2023 apurados com base em informação registada nas Conservatórias do Registo Civil até março de 2024.

32 INEWS Nº 62 A revista do INE O risco de pobreza diminuiu para 16,6% em 2023; a taxa de risco de pobreza correspondeu, neste ano, à proporção de pessoas residentes com rendimentos monetários líquidos inferiores a 632 euros por mês. CE ORNE DN IDÇ IÕMEES NDTEO V2I 0D 2A4

33 INEWS Nº 62 A revista do INE Perto de 2,1 milhões de pessoas em risco de pobreza ou exclusão social O Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, realizado em 2024 sobre os rendimentos do ano anterior, revelou que: • Em 2023, 16,6% das pessoas residentes, em Portugal, estavam em risco de pobreza, menos 0,4 pontos percentuais (p.p.) do que em 2022. • A diminuição da pobreza não foi extensível a todos os grupos etários: reduziu-se para os menores de 18 anos e para os adultos em idade ativa (menos 2,9 p.p. e menos 1,6 p.p.), mas aumentou para a população idosa (mais 4,0 p.p.). • O risco de pobreza diminuiu ligeiramente para ambos os sexos (menos 0,8 p.p. nos homens e menos 0,1 p.p. nas mulheres). • O risco de pobreza diminuiu quer para a população empregada, de 10,0% em 2022 para 9,2% em 2023, quer para a população desempregada, de 46,7% para 44,3%. • O aumento da pobreza atingiu sobretudo as famílias constituídas apenas por um adulto com 65 anos ou mais (33,7%, mais 5,5 p.p.) e por dois adultos com três ou mais crianças (28,2%, mais 4,6 p.p.). • O risco de pobreza é mais baixo na Grande Lisboa (12,9%) e mais elevado na Península de Setúbal (18,7%) e nas Regiões Autónomas da Madeira (19,1%) e dos Açores (24,2%). • As transferências sociais, relacionadas com a doença e incapacidade, família, desemprego e inclusão social, contribuíram para a redução do risco de pobreza em 4,8 p.p. (de 21,4% para 16,6%), um contributo superior ao do ano anterior (4,2 p.p.). • A taxa de intensidade da pobreza, em 2023, ascendeu a 25,7%, mais 0,1 p.p. do que no ano anterior. EM 2024 (RENDIMENTOS DE 2023), 2 096 MILHARES DE PESSOAS ENCONTRAVAMSE EM RISCO DE POBREZA OU EXCLUSÃO SOCIAL (PESSOAS EM RISCO DE POBREZA OU A VIVER EM AGREGADOS COM INTENSIDADE LABORAL PER CAPITA MUITO REDUZIDA OU EM SITUAÇÃO DE PRIVAÇÃO MATERIAL E SOCIAL SEVERA). CONSEQUENTEMENTE, A TAXA DE POBREZA OU EXCLUSÃO SOCIAL FOI DE 19,7%, MENOS 0,4 P.P. DO QUE NO ANO ANTERIOR. O Inquérito às Condições de Vida e Rendimento das famílias, efetuado em Portugal desde 2004, é um projeto estatístico regulamentado a nível da UE (EU-SILC), estabelecendo um sistema europeu harmonizado de produção de estatísticas sobre a pobreza, privação e exclusão social. O INE divulga, para Portugal, indicadores relativos a: > Risco de pobreza monetária > Intensidade da pobreza monetária > Desigualdades na distribuição dos rendimentos monetários dos residentes > Privação material e social > Intensidade laboral per capita > Risco de pobreza ou exclusão social No ICOR foram utilizados dados administrativos do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS – Modelo 3, Anexo A) relativos aos rendimentos do trabalho por conta de outrem e, pela primeira vez, os relativos às pensões de velhice do sistema contributivo, de modo a melhorar a consistência e a qualidade da informação antes da dedução de impostos e contribuições sociais.

34 INEWS Nº 62 A revista do INE ÍNDICE DE BEM-ESTAR EM PORTUGAL Recupera e atinge níveis próximos dos de 2019 O Índice de Bem-Estar (IBE) de 2023 apresentou uma recuperação significativa, aproximando-se dos valores registados em 2019, antes do impacto da pandemia. O IBE REFLETE A EVOLUÇÃO DO BEM-ESTAR DA POPULAÇÃO, SENDO CALCULADO COM BASE EM DEZ INDICADORES, AGRUPADOS EM DUAS GRANDES DIMENSÕES: CONDIÇÕES MATERIAIS DE VIDA E QUALIDADE DE VIDA.

35 INEWS Nº 62 A revista do INE A análise das duas dimensões revela trajetórias distintas ao longo dos anos. De forma geral, o índice de Qualidade de Vida manteve-se superior ao de Condições Materiais de Vida. No entanto, houve duas exceções: em 2009 e, mais recentemente, a partir de 2021, quando o índice das Condições Materiais de Vida ultrapassou o de Qualidade de Vida. No período de 2004 a 2023, oito dos dez domínios que compõem o IBE apresentaram evolução positiva. Segurança pessoal, Educação, conhecimento e competências e Bemestar económico foram os domínios que mostraram os avanços mais significativos. Na perspetiva das Condições Materiais de Vida, foram considerados três domínios: Bem-estar económico – através da avaliação das possibilidades correntes e futuras de consumo, da realização do bem-estar material e da desigualdade de distribuição de rendimento. Vulnerabilidade económica – através da medição da pobreza monetária, da privação material e social, do endividamento e da vulnerabilidade da habitação. Emprego – através da caracterização da participação e inclusão social, da vulnerabilidade do trabalho, da disparidade salarial segundo o sexo, e da qualidade do trabalho. Na ótica de Qualidade de Vida, foram considerados sete domínios: Saúde – através dos indicadores-resultado na saúde e da avaliação da prestação de cuidados de saúde. Balanço vida-trabalho – através da avaliação da conciliação do tempo afeto à família e ao trabalho e da avaliação subjetiva do balanço vida-trabalho. Educação, conhecimento e competências – através da caracterização da educação formal, da aprendizagem ao longo da vida, da qualidade de educação e nível de competências adquiridas e da produção de conhecimento e inovação, Segurança pessoal – através da avaliação da criminalidade e da avaliação subjetiva da segurança pessoal. Participação cívica e governação – através da avaliação da participação cívica e política e da confiança nas instituições. Relações sociais e bem-estar subjetivo – através da avaliação do bem-estar subjetivo social e do bem-estar subjetivo individual. Ambiente – através da avaliação de qualidade da água e do ar, da intensidade percecionada de ruído e da análise do destino final dos resíduos. O ÍNDICE DE BEM-ESTAR É UM ESTUDO ESTATÍSTICO DE PERIODICIDADE ANUAL E CUJO ÂMBITO GEOGRÁFICO É O PAÍS. AS VARIÁVEIS QUE INTEGRAM A CONSTRUÇÃO DO IBE PROVÊM DE PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS E DE OPERAÇÕES ESTATÍSTICAS DESENVOLVIDAS NO CONTEXTO DO SISTEMA ESTATÍSTICO NACIONAL, DO SISTEMA ESTATÍSTICO EUROPEU, DO BANCO MUNDIAL E OUTROS.

36 INEWS Nº 62 A revista do INE A esperança de vida aos 65 anos, para o triénio 2022-2024, foi estimada em 20,02 anos, o que traduz um aumento de 3,24 meses, relativamente ao triénio anterior. EDA SNE POVESI RDAAAUNAMÇ OAE SN 6T 5A

37 INEWS Nº 62 A revista do INE O INE calcula e publica, anualmente, o valor provisório da esperança de vida aos 65 anos para Portugal. Este valor, divulgado em novembro de cada ano, é utilizado para determinar a idade de acesso à pensão de velhice no regime geral de segurança social, assim como para calcular o fator de sustentabilidade a aplicar ao montante estatutário das pensões de velhice desse regime. A ESPERANÇA DE VIDA AOS 65 ANOS CORRESPONDE AO NÚMERO MÉDIO DE ANOS QUE UMA PESSOA PODE AINDA ESPERAR VIVER QUANDO ATINGE ESSA IDADE EXATA, MANTENDO-SE AS TAXAS DE MORTALIDADE POR IDADES, OBSERVADAS NO MOMENTO.

38 INEWS Nº 62 A revista do INE Ad et uRael inzda aç ãs o Pn oº r2 9d 4i s/p2o0s0i ç9ã)o é l eagt ar il b (uLí de io naºo 6I n/ s2t0i t0u6t oe NDa ec icor ne taol - dl eei Ea tsut aatl iízs at içcãaooaanpuuarl adma se nrteon ddaosvdaol osr dqivueer sdoest etrimp oi ns ad ea arrendamento, urbano e rural. O coeficiente a aplicar resulta dos dados definitivos da oa gÍ no sdtioc ed ed ec aPdrae çaonso n, eo cCoornr es supmoinddoer a( oI PvCa) l, orre dl aot i IvPoCs t1o2taml,eesxecse. to habitação, variação média dos últimos O coeficiente para atualização do valor das rendas, a aplicar em 2025, é de 1,0216. COEFICIENTES DE ATUALIZAÇÃO DAS RENDAS EM ANOS RECENTES: 2 2 0 0 2 2 0 3 = = 1 1 , , 0 0 0 5 5 4 1 3 | | 2 2 0 0 2 2 1 4 = = 0 1 , , 9 0 9 6 9 9 7 4 | | 2 2 0 0 2 2 2 5 = = 1 1 , , 0 0 0 2 4 1 3 6 Para o ano de 2025, o coeficiente de atualização das rendas de 1,0216 foi publicado no Aviso nc oº m2 3a 0l e9g9i /s l2a0ç 2ã 4o /e2m, dv ei g o1r8, e sdtee coouet fui cbireon. t eD ter aadcuozr-ds oe ndausmraenpdoasss.ibilidade de aumento de 2,16%, no valor

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40 INEWS Nº 62 A revista do INE OI MS ADGAEDMO S E M Para além da divulgação das estatísticas oficiais com recurso a textos, quadros, tabelas e gráficos, as infografias constituem uma outra forma de comunicar os dados, conferindo-lhes uma leitura ‘visualizável’.

41 INEWS Nº 62 A revista do INE O INE PUBLICA INFOGRAFIAS COM FREQUÊNCIA. Aa l gI Nu mE Wa sS ddaás- lmh ea ias cr oe cnehnetceesr. Eanutmeceedxeemntpeslo, adlogus nsesus p1 9i c2t o5 g, rpaeml aaDs ipr euçbãl ioc-aGdeorsa, l edme Estatística.

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48 INEWS Nº 62 A revista do INE O CAMINHO QUE PERCORREM OS DADOS NO INE QUE DADOS RECOLHEMOS? O INE recolhe dados sobre a maioria dos aspetos da vida das famílias residentes em Portugal e cada cidadão tem um papel fundamental neste percurso. 01 02 QUANTOS DADOS RECOLHEMOS? Todos os dias são realizadas centenas de entrevistas a famílias como a sua, sobre temas como o Emprego, as Condições de Vida ou a Utilização das Tecnologias de Informação. Para isso é selecionado, aleatoriamente, um conjunto de alojamentos em todo o território nacional, de forma a garantir a representatividade dos resultados. 03 COMO RECOLHEMOS? O INE envia uma carta a i a realização do inquérito. dados é feita com base e alguns através de entrevi outros telefónica e alguns internet. O QUE RESPO As resp confide Os dad e são p import ou a ta Fonte: INE, I.P. C INE, I.P., Lisboa, Portugal , 2023

49 INEWS Nº 62 A revista do INE 05 06 CONTAMOS CONSIGO SE FOR CONTACTADO PELO INE, RESPONDA! consulte os nossos dados estatísticos em: www.ine.pt ? informar sobre . A recolha de em questionários, ista presencial, s também pela 04 E FAZEMOS COM AS SUAS OSTAS? postas são mantidas enciais e em segurança. dos são analisados e agregados, produzidos indicadores tão tantes como a taxa de desemprego axa de risco da pobreza. QUAL O RESULTADO DA SUA COLABORAÇÃO? O INE contribui para que as instituições, empresas e cidadãos e intervenientes políticos tomem decisões informadas, promovendo assim uma melhoria da sua vida e da sociedade. ALGUNS RESULTADOS DAS SUAS RESPOSTAS ▪ O país registou um decréscimo populacional de 2,1%. ▪ A região do Algarve (3,6%) e a Área Metropolitana de Lisboa (1,7%) registaram um crescimento populacional. ▪ A dimensão média dos agregados domésticos diminuiu e aumentou o número de pessoas que vivem sozinhas. ▪ 43,9% das pessoas dos 16 aos 74 anos efetuaram encomendas pela internet nos 3 meses anteriores à entrevista. ▪ 85,8% da população residente dos 16 aos 74 anos utilizam a Internet mais 1,3 p.p. do que no ano anterior, o que representa um abrandamento de crescimento em relação a 2021 e 2022. INQUÉRITO À UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO NAS FAMÍLIAS 2022 INQUÉRITO AO EMPREGO: INQUÉRITO ÀS CONDIÇÕES DE VIDA E RENDIMENTO 2022 ▪ Em 2022, a taxa de risco de pobreza: (após transferências sociais) foi de 17,0%. Em comparação com os dados dos Censos 2011 No 3.º trimestre de 2023 ▪ A população empregada (5 015,5 mil pessoas) aumentou 0,5% (26,8 mil) em relação ao trimestre anterior e 2,2% (109,2 mil) relativamente ao trimestre homólogo (3.º trimestre de 2022). ▪ A taxa de desemprego foi estimada em 6,1%, valor igual ao do2.º trimestre de 2023 e superior em 0,1 p.p. ao do trimestre homólogo. ▪ A proporção da população empregada em teletrabalho foi de 16,6% (833,0 mil pessoas), menos 1,7 p.p. do que no 2.º trimestre de 2023 CENSOS 2021:

50 INEWS Nº 62 A revista do INE In Censo extraordinário da População das Cidades de Lisboa e Pôrto, Ministério das Finanças, Direcção Geral de Estatística, 1925

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53 INEWS Nº 62 A revista do INE � � ~ P□PULFl[FI□ □Fl [IDFIDE DD PORT□ SEGUNDO INSTRU[FID . , E SEX□ (Zxcla.indo os.nze.nores ab .7ono-;) anu,l/'u-6e/o.s Sabem ler S-9.4-:51 6,5.7JO " 1Va:o .sa-Oenv ler 18.3061 45.6(52

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55 INEWS Nº 62 A revista do INE IINntEernacional

56 INEWS Nº 62 A revista do INE Wsoobrrkesahop Md aosdEesrtnaitzí as tçiãcoa s Oficiais 2024 No âmbito do High-Level Group for the Modernisation of Official Statistics (HLG-MOS) e inserido no programa de trabalho da Conferência dos Estaticistas Europeus (CES) da Comissão Económica para a Europa das Nações Unidas (UNECE), o Workshop decorreu de 4 a 6 de novembro de 2024, em Genebra, tendo reunido 71 representantes de 28 países.

57 INEWS Nº 62 A revista do INE • Repensar o Papel das Autoridades Estatísticas para o Futuro: Discussão sobre o futuro das autoridades, com foco nos desafios e oportunidades emergentes, incluindo o impacto de tecnologias avançadas, como a inteligência artificial, e novas abordagens para a integração de dados. • Apresentar Relatórios de Projetos do HLG-MOS: apresentação de relatórios detalhados sobre os projetos em andamento, tais como o uso de Inteligência Artificial generativa, o desenvolvimento de software estatístico de código aberto e iniciativas com vista a modernizar metodologias e ferramentas estatísticas. • Apresentar Relatórios e Planos dos Grupos de Modernização do HLGMOS: apresentações das atividades e planos futuros dos grupos de modernização, incluindo propostas para a revisão de modelos como o Generic Statistical Business Process Model (GSBPM) e iniciativas de interoperabilidade para integração de dados e arquitetura estatística. • Definir a Agenda de Modernização para 2025: Sessões interativas para estabelecer prioridades estratégicas para o próximo ano, abordando temas como o aproveitamento de dados transacionais, desenvolvimento de modelos de linguagem e exploração de dados provenientes do setor privado para apoiar as estatísticas oficiais. Este workshop, dedicado a acompanhar a modernização e as iniciativas inovadoras em matéria de estatísticas oficiais, foi estruturado em torno de quatro sessões principais, nas quais foram efetuadas 21 apresentações, organizadas nos seguintes temas:

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