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rodução vegetal

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1 - Produção Vegetal

O ano agrícola 2010/2011 caracterizou-se, em termos climáticos, por um início de outono chuvoso. Em

dezembro, verificou-se um grande arrefecimento, acompanhado de intensas precipitações. A primavera foi

também particularmente instável, com a ocorrência de ondas de calor (o mês de maio foi o mais quente desde

1931), alternadas com aguaceiros, por vezes fortes, sob a forma de granizo, acompanhados de trovoada, em

especial nas regiões do centro e sul.

Figura 1.1 e 1.2

O verão iniciou-se quente, com os termómetros a ultrapassarem frequentemente os 35ºC. Em julho foi

particularmente notado o vento forte, que se fez sentir ao longo de todo o mês, em particular no litoral oeste e

nas terras altas.

As elevadas precipitações registadas no outono e no inverno promoveram a reposição dos níveis freáticos,

levando a que as reservas superficiais, poços, charcas e linhas de água tivessem atingido a sua capacidade

máxima. No entanto, provocaram situações de encharcamento nos terrenos situados em zonas baixas e nos

solos mais pesados com problemas de drenagem, o que impediu a entrada das máquinas para a preparação e

realização das sementeiras. Estas condições influenciaram também o desenrolar de outros trabalhos agrícolas,

nomeadamente a poda das culturas permanentes, a colheita da azeitona e de algumas culturas hortícolas.

Devido ao excesso de humidade, muitas searas apresentaram evidentes sintomas de asfixia radicular, com

consequências nos níveis de produtividade alcançados.

Por outro lado, as oscilações térmicas também influenciaram negativamente o desenvolvimento vegetativo de

algumas culturas, designadamente o crescimento e a produção de massa verde dos prados e pastagens.

Desta forma, a baixa produção forrageira e a saturação dos solos dificultaram ou mesmo, nalguns locais,

impossibilitaram o pastoreio, principalmente dos bovinos, obrigando ao incremento do consumo de alimentos

compostos.

Com a entrada na primavera, registou-se uma melhoria do estado do tempo que desagravou as condições de

encharcamento em que a maioria dos solos se encontrava. O desenvolvimento vegetativo das culturas registou,

de um modo geral, avanços e melhorias, observando-se a antecipação da floração/rebentação de muitos

pomares e vinhas. Também os prados, pastagens e culturas forrageiras que apresentavam, em virtude do

inverno rigoroso, atrasos e fraco desenvolvimento vegetativo, recuperaram rapidamente, tendo-se verificado

um aumento da massa verde e uma franca melhoria das condições de pastoreio dos efetivos pecuários.

A precipitação ocorrida não impediu, na maioria dos casos, a execução dos trabalhos agrícolas da época,

designadamente o corte das forragens, a preparação dos terrenos para a sementeira/plantação das culturas

de primavera e a realização dos tratamentos fitossanitários de acordo com as recomendações oportunamente

emitidas pelo Serviço de Avisos Agrícolas. No entanto, as fortes quedas de granizo de maio afetaram, de um

modo geral, as culturas hortícolas, os pomares, as vinhas e os olivais um pouco por todo o país, destacando-

se os prejuízos causados pelas trombas de água registadas nos vales do Tejo e do Sorraia, mas também no

Alentejo, que originaram o encharcamento dos terrenos, provocando a destruição de áreas de tomate para

indústria, pimento, milho e girassol. Nos pomares, muitos frutos ficaram “tocados” e danificados, o que provocou

uma perda de qualidade, e consequente quebra no valor comercial das produções.

Figura 1.1 - Precipitação (ano agrícola 2010/2011)

-50

0

50

100

150

200

250

nov-10

dez-10

jan-11

fev-11

mar-11

abr-11

mai-11

jun-11

jul-11

ago-11

set-11

out-11

(mm)

Precipitação acumulada (norte do Tejo)

Desvio da normal (norte do Tejo)

Precipitação acumulada (sul do Tejo)

Desvio da normal (sul do Tejo)

Figura 1.2 - Temperatura (ano agrícola 2010/2011)

-5

0

5

10

15

20

25

30