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Estatísticas Agrícolas 2011
De salientar ainda que as condições meteorológicas, nomeadamente a conjugação de calor e humidade,
favoreceram o desenvolvimento de pragas e doenças, observando-se intensos focos de míldio na vinha, no
tomate e na batata e ainda de oídio na vinha.
O quadro climatológico estival permitiu o normal desenrolar das principais atividades agrícolas da época,
nomeadamente as ceifas, as colheitas dos frutos e vindimas, etc.
Cereais de outono/inverno
A escalada do preço dos cereais nos mercados internacionais, em particular do trigo, cuja cotação registou
aumentos desde agosto de 2010, não teve grandes reflexos junto dos produtores agrícolas nacionais. De facto,
as condições meteorológicas adversas que levaram ao encharcamento dos terrenos não permitiram a realização
das sementeiras, contribuindo assim para quebras generalizadas nas áreas semeadas dos cereais de outono/
inverno, em especial de trigo duro (- 69%), mas também de trigo mole e triticale (-18%).
Figura 1.3 e 1.4
O estado de encharcamento que muitos solos apresentaram ao longo da maior parte do inverno, para além de
ter atrasado as sementeiras dos cereais, conduziu ao fraco desenvolvimento destas culturas.
Na primavera, o contributo dos aumentos da temperatura e da insolação para a recuperação das searas não
foi significativo, continuando muitas áreas a apresentar uma coloração amarelada (sintoma de asfixia radicular),
aspeto vegetativo débil (por ausência de adubações de cobertura ou por terem sido efetuadas tardiamente) e
um grau de infestação muito elevado (situações de não realização de mondas químicas ou aplicações pouco
eficazes).
A campanha cerealífera foi assim, e após a baixa produção de 2010, uma das piores da última década, com as
quebras de produção a atingirem valores de 75% no trigo duro, 31% na cevada e 30% no trigo mole.
Culturas de primavera/verão
Cereais de primavera/verão:
O excesso de precipitação de maio, que encharcou os solos mais pesados e os
terrenos mais baixos, impossibilitando a normal realização dos trabalhos, atrasou as sementeiras de primavera,
obrigando mesmo, em muitos casos, à sua interrupção. Com a estabilização das condições atmosféricas, em
particular com a redução e/ou ausência de precipitação e o consequente enxugamento dos solos, foi possível
retomar a preparação dos terrenos e efetuar as sementeiras das culturas de primavera. Embora ultrapassadas,
as dificuldades sentidas na instalação destas culturas prolongaram a época de sementeiras, atrasando as
colheitas de muitas áreas para meados do outono.
Apesar destes condicionalismos e dos elevados custos dos fatores de produção, constatou-se um aumento da
área de milho para grão face ao ano transato (+11%), essencialmente decorrente da recuperação de áreas
anteriormente semeadas com esta cultura e ao surgimento de novas áreas de regadio, entre as quais o
Alqueva.
(*) - Inclui: trigo, centeio, aveia, cevada e triticale.
Figura 1.3 - Área de Cereais de outono/inverno
0
50
100
150
200
250
2007
2008
2009
2010
2011
10
3
ha
Total Cereais (*)
Med.quinq (2007-11)
(*) - Inclui: trigo, centeio, aveia, cevada e triticale.
Figura 1.4 - Produção de Cereais de
outono/inverno
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
2007
2008
2009
2010
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Total Cereais (*)
Med.quinq (2007-11)