

Censos 2021 | Novo modelo censitário - Estudo de viabilidade
1.
introdução
Os Censos são, em todo o mundo, o grande referencial de informação
estatística para a caraterização sociodemográfica da população e
do parque habitacional. Em vários países, a informação censitária
constitui a única fonte de dados para as unidades geográficas ao nível
mais desagregado (
pequenas áreas
).
Desde há várias décadas que as autoridades estatísticas dos países
nórdicos (Dinamarca, Suécia, Finlândia e Noruega) foram pioneiros no
desenvolvimento de programas de trabalho tendo em vista a construção
de um modelo censitário baseado em informação administrativa, como
forma de reduzir os custos das operações e a carga estatística sobre
os respondentes.
Em Portugal, os Censos 2011 foram ainda realizados de acordo com o
modelo tradicional e sem recurso a informação administrativa, apesar
do esforço de modernização alcançado na melhoria dos processos de
recolha com a introdução, pela primeira vez, da resposta através da
internet.
Os custos associados à realização dos censos permanecem ainda muito
elevados. Os Censos 2011, embora tenham custado, em termos reais,
menos 20%, do que os anteriores, ascenderam a 45,2 milhões de euros.
A maior fatia destes custos (cerca de 70%) foi gasta na realização do
trabalho de campo para a recolha da informação.
Uma redução dos custos financeiros das operações censitárias só
poderá ser alcançada através da alteração do atual modelo por formas
alternativas que potenciem a utilização da informação administrativa
já existente e permita reduzir, total ou parcialmente, a necessidade de
realizar inquéritos estatísticos específicos.
A legislação dos Censos 2011 (Dec. Lei nº 226/2009, de 14 de Setembro),
aponta para a necessidade de reformular o modelo censitário atual e de
desenvolver, para os Censos 2021, ummodelo que potencie a utilização
de informação administrativa e reduza os custos.