REVISÃO DA BASE DE DADOS DE GÉNERO

O Instituto Nacional de Estatística apresenta no seu Portal o Dossiê de Género, composto por indicadores desagregados por sexo em dez domínios. De modo a disponibilizar um retrato mais compreensivo da situação das mulheres e dos homens em Portugal sob os pontos de vista económico, social e político, nomeadamente para apoio à implementação de políticas públicas, considera-se necessário preencher algumas lacunas identificadas.

Entre os dez domínios que atualmente compõem o Dossiê de Género, foram identificados dois em que a informação estatística oficial é insuficiente ou inexistente:

-Indicadores associados à baixa taxa de fecundidade em Portugal, que tem vindo a diminuir nas últimas três décadas, atingindo níveis abaixo das médias da União Europeia e da OCDE.

-Indicadores relativos ao uso do tempo por mulheres e homens, à sua distribuição, nomeadamente, por trabalho pago e não pago, por deslocações e por lazer.

O processo de revisão da Base de Dados de Género terá por referência bases de dados similares disponibilizadas por outros Institutos de Estatística e organizações internacionais, bem como estudos, relatórios e recomendações internacionais.

Para mais detalhes sobre os objetivos e resultados esperados da ação, consultar aqui.

INQUÉRITO À FECUNDIDADE

A taxa de fecundidade tem diminuído nos Estados-Membros da União Europeia e da OCDE, mas em Portugal essa tendência demográfica assume particular expressão, com uma taxa de fecundidade abaixo da média observada para o conjunto daqueles países, colocando Portugal entre os países onde se observam taxas de fecundidade mais baixas.

Assim, é de crucial importância analisar em detalhe as principais razões subjacentes a esse comportamento demográfico: o que influencia e qual o papel das escolhas de mulheres e homens em ter ou não ter um filho e quais as condições necessárias para que aqueles que o pretendam possam concretizar esse propósito.

METODOLOGIA PARA RECOLHA DE DADOS DE USO DO TEMPO

As desigualdades na distribuição do tempo assumem grande importância do ponto de vista das políticas públicas.

O Inquérito ao Uso do Tempo é considerado uma importante fonte de dados para medição da distribuição do tempo, em particular numa perspetiva de igualdade de género, incluindo tempo de trabalho pago e não pago, trabalho voluntário, novas formas de trabalho, participação nas tarefas domésticas diárias, cuidados a descendentes e ascendentes, tempo gasto em deslocações, uso de transportes, tempo de lazer e cultura, equilíbrio entre o trabalho e a vida familiar, uso de tecnologias, solidão e isolamento, bem como elementos relativos à qualidade de vida, incluindo a sua perceção subjetiva.

O Inquérito ao Uso do Tempo é um instrumento com múltiplos propósitos, assumindo, portanto, grande alcance analítico.

Atendendo à crescente necessidade deste tipo de dados, ao facto de o INE não realizar um inquérito desta natureza desde 1999 e à necessidade de se utilizar novas ferramentas e tecnologias inovadoras numa próxima ronda deste inquérito, o INE irá trabalhar, nesta ação, em estreita cooperação com o Instituto de Estatística da Noruega, beneficiando da sua experiência na recolha de dados aplicando ferramentas inovadoras.

O trabalho de cooperação a realizar entre as duas instituições consiste na análise de novos desenvolvimentos tecnológicos, ferramentas inovadoras e/ou utilização de novas fontes de dados para apoio à futura recolha de dados sobre o uso do tempo.

Para mais detalhes sobre os objetivos e resultados esperados da ação, consultar aqui.