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FI
n.º 49
O Inquérito à Fecundidade (IFEC):
No Raio X
Foi dirigido a uma amostra de mulheres com idades compreendidas entre os 18 e os 49
anos e a homens com idades entre os 18 e os 54 anos, entrevistados, entre os dias 16 de
janeiro e 15 de abril, em todo o território nacional.
Tem como propósito analisar a fecundidade – quer para quem tem filhos, quer para quem
(ainda) não tem – em função do número de filhos tidos, do número de filhos que (ainda)
pensam vir a ter e do número de filhos que desejariam ter.
Resultou da necessidade de informação que possibilite uma compreensão abrangente dos
comportamentos de fecundidade por parte de mulheres e homens, bem como um melhor
conhecimento das perceções e dos constrangimentos sociais, financeiros ou outros que
pesam sobre a decisão de ter e de não ter filhos.
Conceitos fundamentais para a operacionalização da análise que constituem os três principais
eixos de abordagem.
Taxa de natalidade, causa e/ou consequência do contexto?
Em 40 anos de nascimentos em Portugal, assinalam-se dois momentos que contrariam a tendência
global de declínio de natalidade: o pós-25 de Abril (1976/77) e os anos de 1998/99 e 2000.
Questionada sobre esta realidade, Maria Filomena Mendes, da Associação Portuguesa de Demografia,
foi eloquente: “O que é que aconteceu nestes anos? Houve um aumento de
confiança e uma
expectativa de vida melhor
. Quando há mais confiança no futuro, seja no sentido mais global, seja
mediante o clima económico, há um impacto no número de nascimentos”.
Philip Longman, um dos especialistas consultados na realização do documentário de 2008 “O inverno
Demográfico”, considera a descida global na taxa de natalidade como “
a força mais poderosa que
afeta a sustentabilidade das nações e o futuro da sociedade no século XXI
.”
"O sonho de cada família é poder viver junta e feliz,
num lar tranquilo e pacífico, em que os pais têm
oportunidade de criar os filhos da melhor maneira possível,
ou de os orientar e ajudar a escolher as suas carreiras,
dando-lhes o amor e o carinho que desenvolverá neles um
sentimento de segurança e de autoconfiança."
Nelson Mandela