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FI66

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“Good news, no news”

R

eferiu também que o papel de intermediário assumido pelo jornalista “é complicado, porque há muitas

entidades a produzir, a analisar ou a divulgar estatísticas” e que os estudos e resultados que apresentam sobre a

realidade “não são sempre convergentes”.

C

omo tal, os utilizadores são tentados a reunir a informação que melhor serve os seus interesses ou a que

conseguem entender melhor, quando não a desvirtuá-la em seu benefício. Ora, a seu ver, os jornalistas que,

ainda por cima, se regem pela máxima “Good news, no news” não escapam à regra.

Mais uma vez, a defesa da literacia estatística

P

or isso, realçou a importância da promoção da literacia estatística, não apenas junto dos jornalistas, mas também dos “diferentes

públicos que leem, veem ou ouvem as notícias e as interpretam de diferentes maneiras”, consoante os seus níveis de literacia e de…

simpatia.

N

o entanto, não limitou essa necessidade aos jornalistas e à sociedade em geral, salientando que “idênticas lacunas se manifestam, por

vezes com consequências mais gravosas, por parte de decisores”.

P

ortanto, a promoção da literacia estatística é, na sua opinião, fundamental para o “exercício da cidadania e para a própria identidade

nacional”, pois ajuda a formar uma ideia correta da realidade e não um quadro baseado em impressões, facilmente manipuláveis.

Privilegiar a atualidade e a frescura da informação

C

onsiderou que o INE deve procurar privilegiar a “atualidade e a frescura da sua informação e das suas análises” acompanhando de

perto a evolução da realidade, de fenómenos emergentes e de novos paradigmas a nível nacional, sempre que possível, propiciando

“comparações com a realidade europeia ou internacional, o que implica harmonização”.

Maior desagregação geográfica

S

ugeriu, ainda, que o SEN “produza mais informação territorial e aumente os níveis de

desagregação geográfica”, considerando que a realidade territorial evolui muito rapidamente

e está em contínua mudança.

P

or outro lado,

Virgílio Azevedo

salientou que pequenos territórios vizinhos, apesar de

geograficamente adstritos, podem ser muito diferentes entre si, e que, se a informação for

muito agregada, essas diferenças não sobressaem. A título de exemplo, defendeu que “a

taxa de desemprego deveria ser mais desagregada, de modo a fundamentar ou legitimar

propostas, projetos e reivindicações de atores e decisores locais baseadas em diferenças

territoriais reais, mas veladas por estatísticas mais agregadas”.