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O Escrutínio da Sociedade (II)
A
pós o intervalo desenvolveu-se o painel Escrutínio da Sociedade (II). Moderado por
Helena Cordeiro
, Vogal
do Conselho Diretivo do INE, contou com as intervenções de
Ferreira do Amaral
(Professor universitário,
ISEG);
Francisco Lima
(Professor universitário e investigador, IST) e
Sérgio Aníbal
(Jornalista do Público).
D
evido à sua ligação ao INE no âmbito da produção das Contas Nacionais e a uma experiência de
várias décadas como utilizador, enquanto economista, investigador, analista económico, consultor, …,
Ferreira do Amaral
reconheceu que “o progresso no SEN é de tal forma extraordinário que abafa
qualquer visão crítica”, considerando mesmo “surpreendente como o INE se adaptou ao novo contexto
decorrente da adesão à UE e às consequências da globalização”, que, a seu ver, implicaram uma
“dramática adaptação a estratégias, planos e metodologias comunitárias que requerem um grande
rigor, sob o escrutínio de entendidos e de não entendidos (grande público) na matéria”.
A
ssociada a esta problemática, destacou
a existência de “conceitos políticos que não
se entendem bem em termos estatísticos,
dado dependerem de critérios obscuros
e de grande carga subjetiva, como é o
caso do saldo estrutural, assim como de
conceitos desadequados, devido a alterações
institucionais, como investimento público”,
aconselhando os INEs do SEE a “reverem
esta problemática”. Na sua opinião, a nível
das infraestruturas esta questão assume
grande relevância, refletindo-se no próprio
Orçamento de Estado.
F
erreira do Amaral
concluiu enfatizando
que “é preciso compreender que a
informação estatística e a metainformação
condicionam a análise económica e a
capacidade de tirar conclusões a esse nível”.
“O progresso
é de tal forma
extraordinário
que abafa
qualquer
visão crítica”
Garantir a independência face aos poderes instalados
C
omo chamadas de atenção ou pontos de reflexão, evidenciou o facto de a UE constituir um espaço político onde estão em causa
poderes políticos, considerando essencial, por isso, continuar a garantir a independência dos SEN face aos poderes instalados.